Sobre o artista
Takashi Suzuki, artista japonês nascido em Quioto em 1971, seguiu um percurso artístico único que inclui formação e experiências tanto em fotografia como em pintura.
Ele se formou em Fotografia no The Art Institute of Boston e enriqueceu ainda mais seu conhecimento artístico como aluno convidado na aula de fotografia de Thomas Ruff na Kunst Akademie Düsseldorf. Durante sua estada na Alemanha, Suzuki também trabalhou como assistente de Thomas Struth.
A evolução artística de Suzuki fez com que passasse do trabalho com blocos de madeira e telas/papel paralelamente para se especializar neste último, apostando na expressão pictórica. Esta mudança nos seus interesses significa uma mudança de uma preocupação com a composição espacial do material para uma exploração aguçada de experiências visuais, particularmente no domínio das cores.
No atual corpo de trabalho da Suzuki, a presença dominante de campos de cor vermelha ocupa o centro das atenções. A partir de 2007, ele introduziu campos de cores azuis e, posteriormente, campos de cores bege/marrom. A inspiração para esta última paleta vem das cativantes impressões coloridas dos canais de Amsterdã.
O que diferencia as pinturas de Suzuki é a atenção meticulosa aos detalhes em suas pinceladas em telas e papéis. À primeira vista, os elementos pictóricos, como os traços do pincel, podem ser difíceis de discernir. Apesar da aparência inicial de pinturas abstratas geométricas sem vida e sem emoção, cada peça que ele cria transmite a respiração do artista e mantém um alto nível de precisão na habilidade manual. Suzuki considera cuidadosamente os efeitos produzidos pela combinação de elementos, como a trama da tela, o tipo de papel ou sua textura, com pigmentos. Os tons de cores empregados, seja um espectro de tons vermelhos que vão do rosa pálido ao vermelho profundo, ou uma gama de tons de azul do azul celeste claro ao azul profundo, permanecem neutros e abstratos. A Suzuki sobrepõe essas cores meticulosamente, resultando em campos de cores expressivos, serenos, tranquilos, mas carregados de emoção, ao mesmo tempo que mantém uma sensação de limpeza e sensualidade.
Em sua série mais recente, conhecida como série BAU, Suzuki embarca em uma jornada para descobrir como formas esculturais podem ser geradas pela montagem de itens comuns do dia a dia. Esta abordagem criativa incentiva uma mudança de contexto, introduzindo propostas potencialmente inesperadas. O foco principal de Suzuki não é determinar “o que” é o tema fotográfico, mas sim explorar “como” o tema é percebido. Sua arte visa redefinir nossa compreensão de ver a fotografia.
Suzuki resume eloquentemente sua filosofia artística ao afirmar: "Mesmo que as imagens fotográficas existam como um método de interpretação do mundo, acredito que essas imagens são diferentes daquilo que vemos. Estou interessado em como a imagem fotográfica é percebida, então o que o sujeito fotográfico realmente é, e também no que altera a informação fotografada." O seu trabalho investiga as complexidades da percepção e desafia as nossas noções convencionais de fotografia.