Nicolas de Largillière

O pintor Nicolas de Largilliere (Paris 1656-1746) foi o pintor da sociedade do século XVIII. Com seus retratos, ele captou uma imagem da sociedade florescente sob o reinado de Luís XIV e XV. Porém, é bastante difícil identificar as damas que pintou, pois ele reduziu e embelezou os rostos de suas clientes para satisfazer sua vaidade. Essa abordagem de representação era uma prática comum na época. O famoso crítico de arte Roger de Piles constatou em "Cour de Peinture par Principe" que particularmente as mulheres eram menos tolerantes com o realismo quando deveriam ser retratadas. (Cour de Peinture, 1706) Nicolas de Largillière disse uma vez a um amigo que nunca quis comissões oficiais; os clientes particulares eram menos problemáticos e o pagamento mais rápido. Ao contrário de seu amigo pintor da corte Hyacinthe Rigaud, Largillière trabalhou para a rica classe média de Paris. Ele cresceu na Antuérpia, depois trabalhou na Inglaterra como assistente de Sir Peter Lely, pintando cortinas e naturezas mortas e desenvolvendo uma versão brilhante do estilo de Anthony van Dyck. Esse treinamento flamengo transmitiu os tons quentes, as pinceladas largas e grossas e as curvas sinuosas que deram às pinturas de Largillière seu dinamismo. Ele retornou a Paris em 1682, tornou-se membro da Académie Royale em 1686 e, por fim, tornou-se seu diretor. No final da década de 1680, Largillière havia estabelecido sua reputação entre a burguesia. Ele produziu de 1.200 a 1.500 retratos em sua vida, tornando-se gradualmente menos formal e mais relaxado ao descrever a pose e o figurino. Ele também pintou retratos de grupo para comemorar ocasiões solenes, paisagens, naturezas mortas e obras religiosas. Quando Largillière ordenou que seu aluno Jean-Baptiste Oudry retratasse um buquê de flores totalmente brancas, Oudry relatou ter aprendido uma lição básica sobre cores. Observando cuidadosamente suas variações sutis e depois tentando pintá-las, Oudry compreendeu como expressar realces, tons de cinza e sombras como fazia seu professor Largillière.